O amor nos tempos do coronavírus
A volta superantecipada da viagem à Itália, que planejei por três anos, por causa do coronavírus me fez passar, em uma semana, por todas as cinco fases do processo do morrer™️ descritas pela psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Parece exagero, diante de situações bem piores, mas cada um sabe a dor que tem.
Sofri pela perda dos sonhos, expectativas, dinheiro, desencontro com meus queridos amigos de lá etc etc etc. Mas não teve jeito: me pelei de medo quando descobri que o seguro de viagem não cobria doenças epidêmicas. Com o passar dos anos, a gente vai mesmo se sentindo mais vulnerável e o cag$#@ aumenta.
O que me ajudou a expurgar essa tristeza foi falar maciçamente sobre o que passei e o que a Itália, minha paixão, está vivendo com o furacão coronavírus. Dizem que é conversando que as mulheres se curam. Nem todo mundo teve saco de ouvir, mas agradeço aos mais pacientes hehe.
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Depois de respeitar meu "luto", aí, sim, voltei ao meu bom humor de cada dia. Gravei um vídeo divertido no Instagram e comecei a ver a beleza oculta das coisas. Entenda por beleza os tais pequenos gestos que nos lembram que – aconteça o que acontecer – somos da mesma raça humana e #tamojuntos.
Se de um lado tem gente tirando o preconceito do armário, tratando mal os chineses ou querendo expulsar do condomínio quem apresenta os sintomas da doença, do outro, tem um arco-íris de gentilezas que salpica cores e amor nas adversidades cinzentas da vida.
Tem amor na caixa de doces que a colega de trabalho deixou na minha portaria para achocolatar minha quarentena voluntária, sem sintomas.
Tem amor no choro compassivo da minha quase-filha Rafa Miranda quando soube que eu tive que voltar de viagem.
Tem amor nos mantimentos que as pessoas estão mandando para as cidades isoladas no Norte da Itália.
Tem amor na mensagem de solidariedade que o papa Francisco mandou para quem está chumbado com a doença.
Tem amor nas palavras de preocupação, direcionadas aos brasileiros que estão fazendo turismo no país, vindas da comunidade "Viagem à Itália – Dicas", da Ana Maria Savoia.
Tem amor nos vídeos motivacionais que os torcedores do time italiano de futebol Pianese, em quarentena, enviaram aos jogadores.
Tem amor na hashtag "ItáliaÉmaisLindaQueSeuMedo" que uma publicitária criou, na faixa, pra dar um help aos guias de lá.
E até tem amor no "aperto de pé" engraçado que os italianos, "proibidos" de darem abraços e apertos de mão, inventaram.
Se o amor não cura, mana, pelo menos alivia, né, não?
Tamos juntas?
#EnvelhecerSemPhotoshop #EnvelhecerSemVergonha #VigilantesDaAutoEstima
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