O dia em que deu match entre meu corpo e eu

Foto: FreePik.com
Então, meu apelido na infância era Olívia Palito, o crush do marinheiro Popeye. Eu era a famosa "tabuinha", magrela de tudo. Entre essa fase da vida e hoje muita água rolou por esse corpão. Aos 18 anos, eu já tinha experimentado o incompreensível efeito sanfona várias vezes. Dava até para fazer dupla de forró com o Luiz Gonzaga. Era um engorda-emagrece sem fim. Eu começava a namorar em formato de violino e terminava o namoro, trombone. Coisas da herança genética do sul da Itália, talvez, misturada à ansiedade nossa de cada dia.
Com o tempo, passei a não curtir nem um pouco esse Hopi Hari metabólico. Era quando eu colocava os homens no centro do meu universo. Então, eu achava que tinha que ficar magra eternamente, senão o caboclo me trocaria por outra mais curvilínea. Coisas da baixa autoestima.
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Quando eu estava gorda, focava na beleza do meu cabelo: longo, castanho, lindo, mas refém da escova e da chapinha. Mana do céu, quantas vezes deixei de entrar na piscina pra não desmanchar o look.
Depois de muita terapia, fui me colocando no centro do meu universo e entendendo que tudo em volta eram planetas: homens, hobbies, amigos, trabalho, animais de estimação etc, e comecei a focar em projetos pessoais que me faziam ir até a pu%@ que pariu sem pestanejar, com uma energia que acho que vem do cosmos.
Em dois desses projetos, veio a revelação. E já te conto. Um deles, foi ficar dois meses morando no Congo, num calor de fazer inveja ao capeta. No outro, foi uma viagem à Russia com o palhaço-médico Patch Adams e mais 25 de algumas das melhores pessoas que conheci na vida. Mas eu tenho asma e, quando desci no aeroporto, a primeira golfada de ar congelou meus pulmões, já me dando um toque de que a jiripoca ia piar bonito.
Mas a revelação foi a de que o meu corpo era incrível demais para ser rotulado como bonito ou feio. Ele aguentou comigo tanto o calor da por%@ quanto segurou a onda na Rússia, só vindo a pedir arrego quando cheguei no Brasil. Aí fui direto para o PS tomar remédio pro pulmão avariado.
Sim, dei match com meu corpo. Saquei que o lance era respeitar, valorizar e, principalmente, agradecer esse relacionamento de 55 anos e curtir muito, mas muito esse pequeno grande parça. Hoje, temos uma história de amor, tipo música kitsch, "My Endless Love", do Lionel Richie. O que não quer dizer que, às vezes, quando me olho no espelho, depois de uma noite muito mal dormida, eu não me pergunte "Eita, diacho, onde foi que eu errei" haha.
E, sim, parei de ser refém da escova e da chapinha 😉

Foto: Emi Takahashi
Tamo juntas?
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