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Gisela Rao

Você pensa que está na menopausa até ver o filme "365 Dias"

Gisela Rao

14/06/2020 04h00

Na calada da noite, de bobeira, navegando pelas recomendações da Netflix, me deparei com a fotinho do filme "365 Dias". A resenha falava algo sobre uma mulher, um mafioso e muito sexo. Confesso que teria passado batido se não fosse a indicação de uma amiga psicóloga freudiana que estava gamada pelo ator italiano.

Sendo assim, dei play na bagaça para ver se o sujeito estava com essa bola toda mesmo.

O filme é um verdadeiro cão chupando manga. É ruim que é o diabo, machistésimo e pra lá de cafona. Sim, eles conseguem deixar até um castelo na Sicília brega, começando pelo quadrão com a imagem do protagonista ao lado de um leão que parece o bicho da Receita Federal.

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Massimo, o galã, sequestra a moça (Laura) e dá 365 dias para ela se apaixonar. Ele é milionário, mafioso, violento, traficante e, no começo, trata a moça como um ganso (pra não dizer pior) e toda hora puxa a coitada pelo pescoço. Ela, por sua vez, é a tchonga. Faz cara de mina que quer seduzir no Tinder o tempo todo, fica fazendo comprinhas com a grana dele, não convence nas tentativas de fuga e ainda coloca o cara em altas roubadas. E ele, tchongão, faz tudo por ela.

Mesmo assim, o filme é um sucesso na Netflix no mundo inteiro. O que é meio broxante de saber porque, há 20 anos, fiz uma pesquisa sobre a fantasia sexual das mulheres no Brasil e as TOP 2 eram simulação de estupro e fingir-se de prostituta. Então, parece que nesse quesito não andamos muito pra frente, não é?

Mas agora vamos ao que interessa: o ator! Michele Morrone é um descontrole de gato. É uma das obras perdidas de Michelangelo, o Rocky Balboa do sexo, a Máquina Mortífera, o Canhão de Navarone da Itália e caçador da libido perdida. Como? Explico!

Há dois anos entrei oficialmente na menopausa e um dos sintomas dela (no meu caso o único) foi a perda da libido, vulgo tesão. Não tive vontade de fazer reposição hormonal porque é um tema polêmico e, quando percebi, tinha trocado o "69" pelos 100 canais da Tv paga + Netflix + todos os streamings da vida. Não me cobro por isso, mas não é fácil, principalmente quando se tem um marido 14 anos mais jovem e com a testosterona em forma.

Pois é, e eu achando que era menopausa até sentir meus hormônios dançando kuduro ao ver o desempenho do bello nas cenas de sexo. O cara vira Laura do avesso, em posições que eu nem lembrava mais que existiam, incluindo a do frango assado. E, não, ele não tem a pegada xoxa do Christian Grey, de 5o Tons de Cinza. O filme é super erótico e o  italiano sabe fazer fogo sem precisar esfregar pedra com pedra.

É, não era menopausa, era acomodação mesmo ou Netflixazão.

Vi uma série de comentários no Instagram dele de mulheres, do mundo todo,  que davam tudo por uma noite com o mafioso.

Aí você me pergunta: "Você gostaria de uma aventura dessas pra você?". E eu te respondo: "Miga, sou mais o meu corintiano, que aliás reencontrou, digamos, o mapa da  mina 🙂 Além do mais, o cara é traficante, e a paixão é a cracolândia do amor. Sai fora!

Obrigada por ler o post. Te espero nos comentários!

#VigilantesDaAutoEstima #EnvelhecerSemVergonha 

Insta: @gisela.rao  Face: https://www.facebook.com/giselacochranerao/

 

Sobre a Autora

Gisela Rao é criadora e criatura de conteúdo, safra 64 – Ano do Dragão. Publicitária e escritora, é “porta-bandeira” dos temas sexo e autoestima, trazendo para a comissão de frente algumas das grandes pedras-no-scarpin femininas. Teve os programetes “Repórter Rao” e “A Monja e Emotiva” (UOL) e foi colaboradora das revistas e jornais: Folha de S.Paulo, Jornal da MTV, Época, Marie Claire, SPFW Journal, Isto É Gente, UMA, VIP, Bons Fluidos, Viagem & Turismo e TOP Destinos. É autora dos livros “Sex Shop”, “Tchau, Nestor” e ‘Não Comi, Não Rezei, mas Me Amei”. Opa! Não desligue ainda, tem mais: foi fundadora do Movimento Vigilantes da AutoEstima e uma das idealizadoras da ONG Estou Refugiado.

Sobre o Blog

A ideia desse blog é trazer um “Ufa!” para os perrengues da “classe” 50+: corpo, preconceitos, paúras, relacionamentos, medo de morrer, sexo... num tom divertido, autobiográfico e gente-como-a-gente. #EnvelhecerSemPhotoshop

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